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Com nostalgia e tema atual, “Um Príncipe em Nova York 2” estreia pra divertir os fãs da Sessão da Tarde | 2021

NOTA 7.5

Por Karina Massud @cinemassud 

“Um Príncipe em Nova York” (1988) é um filme icônico, sucesso estrondoso de bilheteria e de crítica, foi o primeiro filme a ter quase todo o elenco negro e o primeiro onde o astro Eddie Murphy junto de Arsenio Hall viveu vários  personagens com maquiagens que os deixavam irreconhecíveis. A tão aguardada sequência chega só agora, 33 anos depois produzida pelos estúdios Amazon, e acompanha o agora Rei Akeem de volta a NYC em busca de seu filho bastardo, pois ele teve apenas três filhas mulheres e a tradição as proíbe de ocupar o trono.

A trama traz o debate super atual sobre empoderamento feminino:  por que uma mulher não pode ser rainha de Zamunda se ela se preparou a vida toda para isso? Os mais atentos irão se lembrar que no primeiro filme Akeem era moderno e foi para NY procurar o amor verdadeiro contra séculos de tradição que impunham um casamento arranjado, mas com os anos ele se acomodou às tradições antiquadas e passou a defende-las sem ao menos questioná-las como fazia antes. A Zamunda que era pra ser um lugar de vanguarda, continuou estagnada até então.

Quase todo o elenco original está na trama, e é impressionante como eles mudaram muito pouco em três décadas. Eddie Murphy, Arsenio Hall, James Earl Jones, Vanessa Bell Calloway, etc. Além desse time estrelado, temos participações especialíssimas: Wesley Snipes como o caricato General Lizzi, o chefe do país vizinho cheio de entradas triunfais, cuja irmã foi abandonada por Akeem no primeiro filme; Morgan Freeman como um sarcástico mestre de cerimônia do funeral; e os números musicais - Salt-N-Pepa, En Vogue, Gladys Knight - e um número com a inesquecível “Get Off”, de Prince, que faz o espectador delirar. O figurino, deslumbrante, é de autoria de Ruth E. Carter (ganhadora do Oscar na categoria por “Pantera Negra”), com roupas com corte de alta costura, estampas coloridas étnicas, bordados e acessórios incríveis. Só por esses detalhes já vale ver o longa.

O filme tem cenas hilárias que garantem gargalhadas do começo ao fim. As piadas e situações são as mesmas, um remake do filme original transportadas para 2021; mas como o que é bom não envelhece, ri gostoso dos absurdos e da zoeira com o politicamente correto, pois se ele existisse no grau que existe hoje, o filme original jamais teria sido o arraso que foi.

A produção de “Um Príncipe em Nova York 2” apelou pra nostalgia e memória afetiva do público fã do príncipe de Zamunda, mirou e acertou em cheio, pois a sensação é de uma aconchegante volta ao passado. Um filme delicioso que merece ser abraçado com um olhar descompromissado, assim como era  com a nossa Sessão da Tarde.


Vale Ver!



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