Tem no Telecine! 'Isolado na Pandemia' | 2020
NOTA 7.5
Por Karina Massud @cinemassud
Logo na primeira sequência de “Isolado na Pandemia” se tem uma sensação de “dejá vu” e ela não é à toa: trata-se de uma narrativa com o mesmo roteiro do sucesso sul-coreano da Netflix “#Alive”, lançado em junho de 2020 e que tem crítica aqui no Papo. ‘#Alive‘ foi baseado no roteiro de “Isolado na Pandemia” (Alone), escrito por Matt Naylor, que vendeu os direitos do roteiro para a versão coreana que chegou primeiro no Brasil, então muita gente pensa que a versão hollywoodiana é um remake, mas é o contrário. Esclarecido isso, livre-se de qualquer preconceito e continue sua sessão de cinema, pois o filme entretém bastante.
A história é a mesma com algumas poucas diferenças. Ela acompanha Aidan, um rapaz que um dia acorda e se dá conta que lá fora começou um apocalipse zumbi, todos estão se infectando por um vírus e saindo atrás de humanos pra devorar. Ele tem que sobreviver sozinho no seu apartamento com pouca comida, água e com muito medo, tentando não sucumbir à loucura que começa a se apoderar de sua mente.
Aqui fora das telas estamos vivendo uma situação que beira o caos apocalíptico, então não fica difícil sentirmos na pele o que seria viver uma epidemia de zumbis, o isolamento social é o mesmo e a sensação de insegurança e incerteza sobre o amanhã são igualmente avassaladoras. A ficção imita a realidade e isso é assustador: um futuro distópico de filme de terror, com o planeta devastado por um vírus ... e esse futuro chegou.
Apesar da versão sul-coreana ser bem mais tensa e os delírios e neuras do protagonista bem mais brutais, a produção americana também aflige o espectador com bastante tortura psicológica. A maioria dos sobreviventes é humano apenas na aparência, pois seus valores morais morreram junto com a civilização, vive-se um “salve-se quem puder” onde todos beiram a selvageria, não existe mais solidariedade ou empatia pelo próximo, se é que um dia existiram. O desespero de Aidan é por água e comida, a energia acabou faz tempo e a internet não é o braço direito pra salvação como no filme coreano. Quando suas esperanças estão quase no fim, ele conhece uma vizinha que não se infectou e juntos eles lutam pra se salvar, com um detalhe sugestivo: eles atendem pelos nomes de Adão e Eva.
O final é inusitado e me agradou demais. Se você me perguntar qual assistir, (o americano ou o coreano), eu te respondo: “Veja os dois, pois ambos têm pontos fortes e fracos, e divertem os fãs de filmes de zumbi no mesmo nível.”
Vale Ver!
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