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Desconstrução e construção de um homem em 'Palmer', filme estrelado por Justin Timberlake | 2021

NOTA 8.5

Por Rogério Machado 

A premissa você já viu antes:  jovem órfão retorna da prisão depois de muitos anos e tem que enfrentar seus fantasmas numa jornada de superação. Sim, a premissa é muito comum, mas a diferença aqui está no que vem a seguir. 'Palmer', filme estrelado por Justin Timberlake que chegou recentemente à Apple TV, além de seguir a trajetória de um homem que está em busca de redenção, expõe esse mesmo homem a um processo de transformação, não só na índole mas também nos conceitos. 


A trama acompanha a vida de Eddie Palmer (Justin Timberlake) , um ex-astro de futebol americano que passou 12 anos na prisão. Após cumprir a sentença, ele retorna para a casa com o objetivo de juntar os cacos de um passado doloroso. 
No meio dessa nova jornada, ele conhece o pequeno Sam (Ryder Allen), um garoto que vive em um lar disfuncional. Palmer (como gosta de ser chamado) logo cria uma relação paternal com o menino, mas os demônios de seu passado podem colocar tudo a perder. 

Na cidade, muitos não dão oportunidades para Palmer por conta da sentença que ele cumpriu na prisão. E além da falta de credibilidade, existe uma hostilidade da comunidade a respeito daquela relação. O xis da questão é que Sam tem tendência ao feminino; todos os gostos e hábitos do garoto remetem à um universo diferente do que ele vivia. Assuntos como machismo e misoginia são abertamente expostos durante o longa e confrontados com os conceitos do protagonista. Palmer, ao mesmo tempo, passava por um processo de construção de um novo homem e desconstrução de pensamentos que eram comuns àquele meio. 

'Palmer' não apresenta nada de novo enquanto discurso, mas esbanja simplicidade e assertividade na abordagem, com o amparo de excepcionais performances de Justin  Timberlake (que ouso dizer estar no seu melhor momento enquanto ator) e a grande surpresa, Ryder Allen, em uma tocante interpretação digna de uma indicação ao Critics Choice Awards desse ano como Melhor Ator Jovem. O filme sob a direção de Fisher Stevens é o reflexo de uma sociedade doente, que rejeita o que é diferente pelo simples fato do diferente expor as próprias mediocridades e fraquezas. 


Vale Ver!




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