'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' : adaptação nos chama a buscar a criança dentro de nós | 2021
NOTA 7.5
Por Rogério Machado
Antes de mais nada, é justo afirmar que é louvável a inciativa de fundir duas histórias clássicas e eternas, que mesmo com tantas adaptações, continuam incansáveis no papel de encantar não só crianças como adultos. Estou falando de uma espécie de crossover de 'Alice no País das Maravilhas' e 'Peter Pan', que, até ver essa adaptação sob a direção de Brenda Chapman (aqui estreando solo na direção - em parceria já esteve à frente de 'Valente' e 'O Príncipe do Egito') nunca pensaria que essas duas histórias se entrosariam tão bem.
Num mix de drama e fantasia, 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' tem Angelina Jolie como uma coadjuvante de luxo vivendo a dedicada Rose Littleton. Ela e seu marido, Jack (David Oyelowo), têm três filhos — Peter (Jordan A. Nash), David (Reece Yates) e Alice (Keira Chansa). Muito unidos, os irmãos vivem soltando a imaginação em brincadeiras que envolvem navios piratas, chás da tarde com bichos de pelúcia e lutas com espadas.
Tudo segue um curso tranquilo, com pais compreensivos, amorosos e que motivam o lúdico e a fantasia em suas crianças. Porém uma tragédia muda completamente a vida da família. O luto se torna constante e inevitável em suas rotinas. Para piorar, uma dívida antiga de Jack passa a ameaçar os Littleton. Enquanto os adultos lidam com a tristeza de forma introspectiva, as crianças se refugiam cada dia mais na imaginação.
Segundo os criadores, 'Alice e Peter' funciona como uma espécie de prequel das histórias clássicas e originais. A obra é feliz ao unir os dois mundos sem pender para exageros; as filosofias e personagens de ambas as histórias se conectam naturalmente, numa narrativa que nos chama a não abandonar a criança dentro de nós, que a vida deve ter porções de fantasia para que as decepções e tristezas não nos façam sucumbir.
Entretanto, ainda que se saia bem ao introduzir uma possível nova sequência de produções, 'Alice e Peter' se estende e pesa muito a mão no drama e deixa a fantasia para segundo plano. Por se tratar de um projeto voltado ao público juvenil, creio que apostar mais na aventura das crianças e menos na vida problemática dos adultos, fosse uma saída melhor para uma história que desde o título (nacional pelo menos) promete nos contar de onde vêm os sonhos.
Vale Ver!
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