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Benedict Cumberbatch estrela 'The Courier', drama britânico de espionagem | 2021

NOTA 6.0

Por Eduardo Machado @históriadecinema 

“The Courier” é daqueles filmes que contam histórias reais, de personalidades talvez desconhecidas, mas importância indiscutível. A história de um empresário britânico, de vida absolutamente comum, que foi infiltrado na União Soviética, culminando por colaborar no arrefecimento da crise dos mísseis nos anos 60 é incrível e, de fato, merecia ser contada nos cinemas.

Passado no início dos anos 1960, “The Courier” detalha como Greville Wynne (Benedict Cumberbatch) está vivendo uma vida tranquila com sua esposa Sheila (Jessie Buckley) e seu filho quando é abordado pelo MI6 e pela CIA, que solicita que ele estabeleça contatos de negócios na URSS. Sem mais informações - quanto menos ele souber, calculam as agências, mais fácil será para ele permanecer discreto - Greville conhece Oleg Penkovsky (Merab Ninidze), funcionário do alto escalão soviético, que teme o incremento do programa nuclear de seu país.

Auxiliado pela fotografia cinzenta, pelo design de produção e pelo figurino de época, o diretor acerta ao trabalhar o filme como um thriller de espionagem à moda antiga e consegue colocar o espectador no clima de insegurança que permeia os personagens. Acerta também no desenvolvimento da amizade entre Greville e Penkovsky, lembrando os personagens de Mark Rylance e Tom Hanks em “Ponte de Espiões”, capitalizando em cima do talento dos dois atores.  

Ocorre que, fora os pontos citados acima, não há muito mais o que evidenciar de positivo no longa. Fala-se, aqui, em oportunidade desperdiçada, porque a história de vida de Greville Winne, bem como os atores contratados, sugeria um longa mais ousado, não apenas um repasse de eventos da Guerra Fria. Ao apostar todas as fichas no clima soturno, o filme acaba carecendo de ação e, acreditando na amizade entre Greville e Penkovsky, deixa de explorar devidamente as nuances da vida pessoal de ambos.

Fato é que é a própria história, e não como ela é contada, que eleva “The Courier” a um patamar mais elevado. Se como cinema o filme deve alguma coisa, como documento histórico é uma boa experiência.


Vale Ver Mas Nem Tanto!



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