Adsense Cabeçalho

“Tina” é o retrato definitivo e libertador de uma diva do rock | 2021

NOTA 9.0

Por Karina Massud @cinemassud 

Atualmente são poucas as divas genuínas no showbiz - aquelas que tiveram uma vida incrível, com muito drama, música, personalidade ímpar, queda e finalmente reinvenção e reconhecimento. Tina Turner é um colosso do rock em todos os sentidos: vida, talento e carreira extraordinários que são narrados pela própria cantora no documentário “Tina”, produção original da HBO.

Tina relembra sua infância nos campos de algodão com a família, o começo careta na música, a paixão e parceria com Ike Turner, que veio a se tornar o melhor e o pior de sua vida; um homem abusivo -profissional e sexualmente- de quem ela não conseguia se desvencilhar por um medo que a congelava numa vida de escravidão insana. 

A virada se deu quando ela, depois de conhecer e se encantar pelo Budismo, levou um tapa e cansou daquilo tudo. A luta judicial foi grande, ela ficou sem nada de material e só fez uma exigência como passaporte para a liberdade: seu nome. E foi com ele que a cantora, já na maturidade, se reinventou e deu a grande guinada, mudou o visual e o estilo musical sob a orientação do polêmico mas genial produtor musical Phil Spector.  E assim surgiu triunfante com o hit “What´s Love Got to Do With It”, e junto com isso a cantora performática, sexy, de voz poderosa e postura rock'n'roll que tanto amamos.

Depoimentos e entrevistas de amigos e colaboradores não faltam: Angela Basset, Ophrah Winfrey e até o próprio Ike Turner; intercaladas por flashbacks dos momentos aflitivos de abuso verbal e violência física, até hoje narrados com dificuldade por Tina. Fotos raras e imagens de arquivo ilustram tanto os bons quanto os maus momentos da cantora, hoje com 82 anos e contando sua história da casa na Suíça antes de ir pra a grande estreia do musical da Brodway “Tina”, uma homenagem linda e merecida.

A abordagem do documentário é voltada mais para os abusos sofridos pela cantora e para a vilania de Ike Turner, tendo como pano de fundo a carreira musical. Temos pinceladas de momentos importantes: “Proud Mary” ainda com a banda de Ike, o show inesquecível no Rock in Rio, o encontro com Mick Jagger e os Rolling Stones (dizem que foi ela quem ensinou o cantor a dançar!), as canções que não foram bem sucedidas, o estouro mundial com o álbum “Private Dancer” e o filme “Mad Max- Além da Cúpula do Trovão” com o hit “We Don´t Need Another Hero”. Sentimos falta de mais desses momentos musicais importantes, mas apesar dessa lacuna o documentário é um deleite para os fãs de Tina Turner, artista icônica  cuja carreira se sobrepôs anos-luz ao histórico de maus-tratos, e é por essa trajetória memorável que ela deve ser lembrada.


Super Vale Ver!




Nenhum comentário