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A referência como único argumento em 'Um Clássico Filme de Terror', nova produção Netflix | 2021

NOTA 4.0

Por Rafa Ferraz @issonãoéumacrítica 

O horror tem uma longa e rica história no cinema. Presente desde seu início, tem como primeiro filme do gênero datado de 1896, 'A Mansão do Diabo', do lendário Georges Méliès, que através de efeitos práticos e inventivos em uma sequência de pouco mais de 3 minutos impressionou o público da época e deu início a um dos gêneros mais importantes da recém nascida sétima arte. Desde então o terror passou por diversas fases e acumulou um repertório variado de sub-gêneros, o que faz das referências um recurso frequente, porém perigoso, já que o mal uso dessa ferramenta narrativa evidencia a pouca originalidade da obra, tornando o filme uma mera cópia genérica e esquecível.

Recente adição do catálogo da Netflix, a produção italiana ‘Um Clássico Filme de Terror’ não tem esse nome por acaso, uma vez que se pauta inteiramente com o argumento da referência, seja em tom de homenagem ou crítica, quase sempre de forma explícita em diálogos expositivos e pouco inspirados.

Na trama acompanhamos um grupo de desconhecidos que viajam de carona para o sul da Itália até que um acidente no trajeto misteriosamente os colocam isolados em uma floresta aparentemente sem saída. Após uma tentativa de fuga, se deparam com artefatos sombrios e uma presença maligna que os observa.

Dirigido pela dupla de italianos Roberto de Feo e Paolo Strippoli, pouco ou nada funciona nesse longa, a começar pela estética, que é tão “higienizada” que nenhum senso de urgência ou tensão é gerado, ao menos não de início, quando nosso contato com o perigo é introduzido pelo visual dos artefatos que aqui se assemelham mais a artigos tirados das prateleiras de uma loja de departamento. Resta o fator violência para preencher a lacuna, e aqui até encontramos certo equilíbrio entre a exposição e a sugestão, mas são apelativas e muito breves.

O ritmo é instável, não apenas devido à já citada atmosfera pouco inspirada, mas também graças à passividade de seus personagens que, presos no sótão de uma cabana ou perdidos na imensidão da floresta, apresentam as mesmas reações carregas de maneirismos e desprovidas de qualquer carisma. Além de planos sem sentido, como uma sequência em câmera lenta que faria Zack Synder corar de vergonha.

Já no terceiro ato, com o uso de metalinguagem, o enredo estabelece um ponto de ruptura com a proposta inicial, algo que para alguns pode servir de argumento a favor de muitas das escolhas dos dois atos anteriores, mas para outros o desfecho não vai passar de uma piada de mal gosto seguida de uma completa perda de tempo. Quem me dera estar no primeiro grupo... 


Nem Vale Ver! 



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