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'Justiça em Família' é uma mistura rocambolesca de pancadaria e lobby na indústria farmacêutica | 2021

NOTA 6.0

Por Karina Massud @cinemassud 

Como grande astro que é, o ator Jason Momoa é chamariz para a audiência de qualquer produção. Em “Justiça em Família”  está bem claro que o escalaram como protagonista para uma trama que não tem nada a ver com o perfil de guerreiro-machão-Aquaman do ator. Ele vive Ray, um marido desesperado pela cura do câncer de sua mulher que está em estado terminal, os médicos prometem um remédio novo que poderá salvá-la mas ele é retirado do mercado por um laboratório poderoso. Ele sai em busca da verdade e acaba tendo sua única filha ameaçada por todo o esquema sujo que descobre, é aí que a vingança vira a única coisa que o motiva a seguir em frente.

O custo altíssimo da saúde nos EUA e o lobby da indústria farmacêutica são colocados em cheque mas de forma bem superficial, apenas como pano de fundo pra sede de vingança de Ray e sua filha. Vidas não valem nada e o lucro é a única coisa visada pelos laboratórios e pelos políticos inescrupulosos, questões importantes e atuais que foram pouco exploradas.

Lutas, facadas, sangue, correria e muitas mortes parecem ser o verdadeiro enfoque do filme que fica bem cansativo - roteiro girando em círculos e direção perdida. Tudo fica parecendo jogado em meio à violência, que também não tem tanta qualidade: a injustiça do mundo; a luta contra o sistema corrupto; e a filha desobediente e sua frágil relação com o pai. Momoa até que convence em algumas poucas cenas dramáticas, porém a violência é tanta e na maioria das vezes gratuita e excessiva, que o ator fica deslocado e cai fácil num dramalhão vergonhoso.

Já na sequência  final eu já não esperava muito mais de “Justiça em Família”, mas eis que a trama traz uma boa reviravolta, que apesar de batida em filmes de gêneros diversos, funciona bem e lhe rende um diferencial. Fora isso o filme não diverte nem como drama muito menos como denúncia, em breve será mais uma trama de ação da Netflix a cair no esquecimento. Dessa vez nem o carisma de Momoa foi o suficiente para salvá-lo de ser uma produção sem qualquer apelo ou atrativo.


Vale Ver Mas Nem Tanto!



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