“L.O.C.A.- Liga das Obsessivas Compulsivas” é um manual de como não superar o boy lixo | 2021
NOTA 6.5
Por Karina Massud @cinemassud
Rica, pobre, alta, baixa, gorda ou magra: todas as mulheres são iguais quando se trata de relacionamentos tóxicos com caras que jamais irão assumi-las. Elas se enganam achando que a situação frustrante vai mudar e o pior de tudo, que ele vai mudar, vai apresentá-las para a família e andar de mãos dadas no shopping. Amigas, sinto informá-las, mas isso não vai acontecer.
No lançamento nacional “L.O.C.A. – Liga das Obsessivas Compulsivas por Amor” conhecemos Manoela, Elena e Rebeca, três mulheres bonitas, independentes e intensas que parecem não enxergar o seu valor, pois insistem em relacionamentos tóxicos que só empacam suas vidas. Uma namora um cara que tem o status “quase se separando”; outra acorda todos os dias e o marido dormiu fora, e finalmente uma que deu casa, comida e roupa lavada pro ex e perdeu tudo pruma mais novinha e gostosa. Situações comuns que possivelmente espelham a história de muitas espectadoras.
Mariana Ximenes, Fábio Assunção, Otávio Muller, Maria Luísa Mendonça e outros nomes de peso integram o elenco que segura parte do filme, mas depois caí na caricatura de homens galinhas, machistas, a mãe com valores antiquados, a mulher de malandro, a bobinha submissa: um desperdício de talentos.
O filme caminha bem na primeira metade, focado na dificuldade que muitas mulheres têm de se desvencilhar de parceiros abusivos que não agregam nada e que só lhes fazem sofrer, suas reuniões na Liga, claramente inspirada no M.A.D.A (Mulheres que Amam Demais Anônimas) e algumas cenas familiares bem engraçadas. No entanto, na segunda metade o filme se perde totalmente e cai na vala comum de demonizar todos os homens e generalizá-los como algozes de mulheres frágeis e carentes. As amigas partem cada uma com seu plano de vingança maligna; elas ficam tresloucadas mesmo, cometendo atrocidades justificadas pelo machismo estrutural. O machismo existe, isso é fato incontestável, mas não é tacando fogo num ônibus que ele vai deixar de existir.
A vingança não faz ninguém se sentir melhor, muito menos muda o comportamento viciado de procurar pessoas tóxicas pra se relacionar. Mensagens totalmente opostas da que é passada por “L.O.C.A. – Liga das Obsessivas Compulsivas”, um desserviço ao movimento feminino verdadeiramente comprometido com o empoderamento.
Vale Ver Mas Nem Tanto!
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