O resgate do romance em 'A Última Carta de Amor' , novo filme Netflix | 2021
NOTA 7.5
Por Rogério Machado
Uma relação abusiva com base no poder e no status, uma paixão repentina que é obrigada a permanecer no secreto. E no meio disso cartas e mais cartas que se perderam no tempo. Essa é a premissa de 'A Última Carta de Amor', nova produção lançada recentemente na Netflix, que tem todos os elementos de um novelão. Na verdade o filme baseado na obra de Jojo Moyes (do sucesso 'Como eu Era Antes de Você' - 2016) é sim um novelão, mas o termo para fãs do gênero nem sempre se traduz em algo ruim.
Todos nós conhecemos o perfil da obra da romancista britânica, e em 'A Ultima Carta de Amor' ela não foge da proposta que um dia a projetou: elevar o romance e conquistar os sonhadores de plantão. A aposta aqui é conjugar o fator tempo e mostrar o quanto um amor é resistente à ele. O ponto positivo na direção de Augustine Frizzell ao adaptar o livro de Moyes é usar com competência a ordem dos acontecimentos através da edição. Entre tantos outros atributos como a fotografia e a direção de arte, a montagem é com certeza a cereja do bolo dessa empreitada.
O filme que chegou recentemente à Netflix, figura entre as fórmulas gastas sobre desencontros e amores proibidos, mas que acaba alcançando êxito por apostar na simplicidade. É claro que existem alguns exageros e ousadias na aventura romântica dos protagonistas que não conversam com a época em que a trama se passa, mas ainda sim é impossível não se envolver com essa odisseia amorosa que vai muito além de romance - 'A Última Carta de Amor' nos fala sobretudo da coragem que uma mulher teve ao dizer não às convenções sociais de seu tempo e dar lugar à uma liberdade que a acompanharia até os dias de hoje.
Vale Ver!
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