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'Respect: A História de Aretha Franklin': Jennifer Hudson se destaca em cinebio irregular | 2021

NOTA 6.5

Por Karina Massud @cinemassud 

Como grande fã da cantora Aretha Franklin, um dos momentos que mais me marcou foi sua performance do hino patriótico “My Country, ‘Tis of Thee” na posse de Barak Obama em 2009. Foi um momento apoteótico que coroou a vida de uma das maiores vozes do soul e rhythm & blues, que além de nos embevecer com seu imenso talento, sempre foi uma ativista inspiradora em prol de igualdade social. Infelizmente esse momento não foi retratado na recém lançada cinebiografia da Rainha do Soul.

“Respect: A História de Aretha Franklin” passeia por 20 anos da vida da cantora, de 1952 a 1972, desde a sua infância já como cantora mirim prodígio, que como a maioria das grandes divas, começou no coral gospel da igreja; pela influência de seus grandes ídolos Duke Ellington e Dinah Washington que frequentavam sua casa; passando pelo casamento conturbado, problemas com álcool e o estouro com a gravação de “Amazing Grace”.

Em 2 horas e 25 minutos de projeção são jogados momentos isolados da vida de Aretha, com falhas de continuidade  que resultaram em uma produção fraca e bem abaixo das altas expectativas que vem sendo construídas há quase uma década, desde que se cogitou filmar sua história. Há muito tempo para pouco roteiro, que peca por mostrar de maneira superficial apenas esse trecho de uma vida que foi repleta de prêmios, condecorações e ativismo. Muitos foram os problemas durante a produção: troca de roteirista, de produtora e o descontentamento da família da cantora.

O longa se torna enfadonho pois parece não sair do lugar, a monotonia dá o tom da narrativa. Onde estão os 21 prêmios Grammy? E a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior condecoração dada para um civil americano? Aretha foi a primeira mulher homenageada no Hall da Fama do Rock e a primeira a receber o Prêmio Pulitzer por “Citação Especial” por sua contribuição para a cultura americana. Pois bem caro cinéfilo, nada disso é mostrado, uma pena.

O grande destaque e o que faz o filme valer a pena é Jennifer Hudson, cantora e atriz que em 2006 ganhou um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo musical “Dreamgirls”. Ela foi escolhida pela própria Aretha Franklin, falecida em 2018, para vivê-la na telona. Numa grande atuação, Hudson canta e nos encanta em todas as cenas musicais que poderiam ser mais vibrantes se precedidas de boas sequências. Sua performance final é emocionante e a atriz inclusive é bem cotada para a temporada de prêmios em 2022.

“Respect : A História de Aretha Franklin” nem de longe faz jus à vida e carreira riquíssimas da cantora, muito menos a fortuna de 55 milhões de dólares gastos em sua produção. Uma diva incontestável como Aretha foi retratada com desleixo; faltou soul e, com o perdão do trocadilho, faltou respeito.


Vale Ver Mas Nem Tanto!



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