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'Porque Você Não Chora?' : filme com Bárbara Paz faz alerta ao suicídio | 2021

NOTA 7.5

Por Rogério Machado 

Particularmente, tenho grande apreço por temáticas sociais aliadas à potência da tela grande. O alcance do cinema para assuntos diversos que vão além do entretenimento é bem recorrente na nossa dramaturgia, mas é bem verdade que muitas das vezes o discurso é prejudicado pela ânsia de entregar uma trama palatável e exageradamente inventiva. Em 'Porque Você Não Chora?', que chegou recentemente na Amazon Prime Video, a proposta é alertar sobre o suicídio, um mal silencioso que não distingue camadas sociais.


Na história conheceremos Jéssica (Carolina Monte Rosa), uma jovem de origem humilde que veio do interior para estudar na Capital, Brasília, e se depara com um novo mundo durante o estágio na faculdade de psicologia, quando passa a atender Bárbara (Bárbara Paz), diagnosticada com Transtorno de Personalidade Borderline. Jéssica é fechada demais, enquanto Bárbara é uma bomba relógio. Jéssica nada sabe de si, Bárbara está sempre em processo de autoconhecimento. 

Enquanto Bárbara vai ganhando limites e confiança para recuperar sua vida, incluindo um trabalho e a guarda compartilhada do seu filho, Jéssica vai descobrindo que nunca teve uma vida, que sempre viveu para atender as expectativas da família em relação à ela. 

Ainda que faça força em unir esses dois mundos totalmente diferentes para conquistar o público, é justamente no cruzamento desses conflitos que a obra se perde. Falta química entre as personagens Bárbara e Jéssica, além da ausência de aprofundamento nas particularidades de cada uma para que algumas escolhas da direção façam algum sentido. Em mundos nitidamente tão distintos, seria funcional apresentá-los com maior fluidez e didatismo para uma melhor absorção da mensagem escolhida pela cineasta Cibele Amaral. 

É bem verdade que as performances irrepreensíveis das protagonistas acabam por elevar nosso interesse a respeito do destino de cada uma delas - diferente do elo que as une, que lá em seu desfecho já não nos causa qualquer comoção; tampouco o alerta sobre o suicídio, que é a espinha dorsal do longa. Contudo, ainda que se desvie do foco, é sempre importante jogar alguma luz sobre assuntos tão relevantes em uma sociedade que segue doente. 


Vale Ver!



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