'A Chiara' : As difíceis escolhas que levam a caminhos melhores | 2021
NOTA 9.0
Por Rogério Machado
O jovem italiano Jonas Carpignano tem construído uma carreira sólida fazendo um cinema autêntico, realista, voltado para temas sociais e por sua vez altamente dramáticos. Nessa pegada, e alguns curtas depois, ele chega ao seu terceiro longa metragem (e talvez o melhor deles) com 'A Chiara', que passou pelo Festival do Rio encerrando uma trilogia ambientada em uma cidade da Calábria.
Depois da festa - onde a direção investe algum tempo para alinhavar aqueles laços e apresentar uma família que chora e sente como outra qualquer - a realidade de que seu pai não é a pessoa que ela sempre acreditou ser recai sobre Chiara de uma maneira diferente do que para o restante da família. Se todos se afastam da verdade, é na busca incansável para descobrir o paradeiro do pai que ela começa a se descobrir também, sair do casulo e amadurecer.
Enquanto busca a verdade, ou mesmo depois de estar face a face com ela, Chiara tem algumas visões: a trilha sonora, o clima tenso e a luz baixa flertam com o sobrenatural e potencializam a porção suspense do drama - uma outra faceta usada com eficiência por Carpignano para nos colocar bem no meio do turbilhão de sentidos e sentimentos daquela garota. O título 'A Chiara' (com um artigo na frente do nome da protagonista) dizem muito sobre a jornada de descobertas, pertencimento e escolher buscar o próprio caminho, ainda que esse seja se desapegar da vida que sempre conheceu, ou que achava conhecer.
'A Chiara' é mais um belo exemplo do novo cinema italiano.
Vale Ver!
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