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'A Vida Depois' : filme da Warner usa a tragédia para discutir os traumas de quem esteve perto da morte | 2022

NOTA 8.5

Por Eduardo Machado @históriadecinema

Filmes que abordam tragédias marcantes, inclusive com adolescentes, já podem ser considerados comuns. Chacinas, desastres naturais, guerras e ataques terroristas acontecem o tempo todo. Mas o que vem depois? Como lidar com os traumas causados por esses eventos? Após uma chacina dentro de uma escola, a roteirista e diretora Megan Park, como o título já adianta, concentra-se no depois, ou seja, nas consequências do massacre.

O foco da diretora é tanto nessas consequências, que nem mesmo ao público é dada a chance de assistir aos tiros, o assassino ou as vítimas. Somos apenas espectadores da agonia de Vada (Jenna Ortega) e Mia (Maddie Ziegler), 2 meninas que sobrevivem porque estavam no banheiro da escola no momento do crime. A partir dessa sequência de abertura arrepiante, o filme parte para os dias e depois as semanas após os tiros.

Conviver com trauma de tamanha magnitude não deve ser fácil, sendo comum que o sobrevivente passe a questionar, inclusive, a sua relevância perante o mundo. “Por que, logo eu, sobrevivi?”, ela se pergunta. Não existem, definitivamente, respostas fáceis, seja para Vada ou para os outros sobreviventes. Vada tem pesadelos constantes, experimenta drogas, enquanto outros enveredam para o ativismo e há aqueles que preferem a solidão. Todos estão buscando se reencontrar, até entenderem que nunca mais serão os mesmos.

Com as lentes íntimas de Kristen Correll, a edição hábil de Jennifer Lee e performance consistente de Jenna Ortega, Megan Park entrega um ótimo material sobre as consequências da violência mesmo em quem não teve danos físicos aparentes. Ela consegue mostrar que, se alguns tiros passaram ao largo, eles não deixaram de mexer com a estrutura de quem sobreviveu. 


Vale Ver!



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