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'Case Comigo' traz Jennifer Lopez de volta ao romance | 2022

NOTA 8.0

Por Rogério Machado 

O que vem depois do amor?  Esse questionamento feito na canção tema de 'Case Comigo', que chegou ao cinemas trazendo JLo de volta às comédias românticas, vem depois de um episódio traumático na vida da pop star Kat Valdez.  Será que existe vida após o fim de um grande amor?  Seguir é possível? A direção da cineasta Kat Coiro quer provar que sim, mas felizmente a realizadora não busca os caminhos mais óbvios geralmente vistos em comédias em que uma mulher é abandonada, e isso está entre os ingredientes de sucesso da produção. 


Adaptado da história em quadrinhos homônima escrita por Bobby Crosby, a história acompanha uma grande artista latina que explodiu na América (Jennifer Lopez). A estrela da música se casará com seu noivo Bastian (Maluma), - um outro grande pop star - no Madison Square Garden em um grande show. Quando  minutos antes da cerimônia Kat descobre que Bastian a traiu, ela, numa atitude impensada e automática escolhe um cara aleatório na multidão, um professor de matemática divorciado Charlie Gilbert (Owen Wilson), para se casar. O que começa como uma reação impulsiva evolui para um romance inesperado. Mas, à medida que as forças conspiram para separá-los, surge a questão: duas pessoas de mundos tão diferentes podem dar certo juntas?

A reação imediata e a volta por cima de Kat pautada nesse completo absurdo, que é um casamento arranjado com um completo desconhecido após ser enganada por quem jurava amor eterno, é um start de impacto que causa magnetismo e interesse imediato  e que não é explorado gratuitamente nas sequências seguintes. O desenvolvimento vai ganhando novos contornos à medida que novos personagens são introduzidos ao imbróglio midiático que transita entre o Mise en scène do dia a dia de uma estrela e a escolha de uma vida diferente e real. 

De um modo leve, com muita música pop e com ares de grande produção, a narrativa discute os casamentos arranjados, por contrato e que não nasciam no amor romântico. É importante lembrar que essa construção narrativa do amor platônico, que tomou conta do cinema desde os primórdios da sétima arte é também uma reprodução das mudanças pelas quais os relacionamentos passaram ao longo dos séculos. Em algumas culturas, onde os casamentos por contrato e com dote são comuns, é também possível ver amor e respeito surgir com o passar do tempo. O processo de conhecimento é estruturado de trás pra frente, mas não quer dizer que sentimentos nunca possam acorrer. 

Não faço aqui apologia aos casamentos arranjados, mas é interessante como 'Marry Me' (no original) brinca com essa ideia, mesmo que possivelmente não de maneira intencional. Não existem regras e convenções para o amor acontecer, ele só precisa de uma chance e disposição de ambas as partes. Uma vez ouvi dizer que amor não é um sentimento e sim uma decisão. Essa ideia é perfeitamente aceitável, mas há quem não concorde... e essa é a beleza da vida, essa é a beleza do cinema. 


Vale Ver!



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