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'Kimi': Alguém Está Escutando' : Zoe Kravitz protagoniza novo thriller de Steven Soderbergh | 2022

NOTA 7.0

Por Eduardo Machado @históriadecinema

Steven Soderbergh, aquele mesmo vencedor do Oscar por Traffic” (2000),  segue extremamente produtivo durante a pandemia. Desde março de 2020 o cineasta filmou 2 longas metragens, ambos já lançados pela HBO Max. Primeiro, a boa trama de “Nem um Passo em Falso” e, agora, “Kimi”, um thriller tecnológico totalmente ambientado à nossa nova realidade pós-covid-19.

Ainda em pandemia, na ensolarada Seattle de Soderbergh há quem dispense o uso da máscara e há também aqueles, como a protagonista Angela (Zoe Kravitz), que não dispensa o uso do acessório ao sair de casa. Sair de casa, no entanto, é algo raro para ela, pois, devido à agorafobia, tem crises incontroláveis de ansiedade ao pensar em deixar seu apartamento.


Por falar em apartamento, a primeira metade dos 90 minutos de filme transcorre quase inteiramente no elegante loft de Angela. Ela, cujo ofício é responder reclamações de usuários de um assistente virtual chamado Kimi, que no universo do longa é tão ou mais popular que a nossa famosa Alexa. Lutando com a ansiedade e alguns traumas em seu passado, Angela está relutante em deixar seu apartamento, passando o tempo olhando pela janela e para os vizinhos. Em um dia aparentemente habitual de trabalho, ela pensa ter ouvido, pela Kimi, evidências de um crime e fica obcecada por resolvê-lo.

Soderbergh emprega em seu longa diversas marcas registradas de uma filmagem ocorrida durante a pandemia – poucos atores, muitas videochamadas, a história ocorrendo em grande parte em um espaço confinado – e tenta entregar um thriller rápido com esses elementos atuais.

Em parte, o cineasta é bem-sucedido sobretudo porque a Angela é uma personagem excelente. Inteligente, sagaz, entediada e traumatizada, são adjetivos que caem bem para a personagem tão bem interpretada por Kravitz. Em uma prisão montada por ela mesma dentro de seu apartamento, Angela sai do marasmo após o crime que ela pensa ter ouvido e movimenta a trama, mesmo sem sair de casa.

Todavia, o que parecia se tornar uma narrativa com requintes de Hitchcock, rapidamente se desmancha em um filme de perseguição no qual percebemos que todos os personagens, exceto Angela, são completamente opacos e caricatos. Talvez, no entanto, seja somente isso que Soderbergh deseja entregar - noventa minutos de entretenimento para se assistir no sofá de casa após um longo dia de trabalho. Coisa que Hollywood, a exemplo dos blockbusters com 3 horas de duração, raramente produz hoje em dia. Sem lições de moral e coisas do tipo, “Kimi” entrega menos do que promete, mas talvez seja a medida do que precisamos.


Vale Ver!




 





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