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'Fogo Cruzado'' cativa com ação eletrizante, banho de sangue e corrupção | 2022

NOTA 7.5

Por Karina Massud @cinemassud 

Meio do deserto: numa medida que parece desesperada, o vigarista Teddy  Murretto (Frank Grillo) soca a jovem policial Valerie Young (Alexis Louder) para ir para a segurança de uma cela, pois lá é o único lugar onde ele estaria a salvo de um assassino de aluguel; ele é um arquivo ambulante de informações letais para a máfia, e por isso precisa ser apagado. Entretanto, dali a pouco minutos  chega um bêbado trançando as pernas pra ocupar a cela em frente; bêbado nada, ele é o matador Bob Viddick (Gerald Butler) que está lá com a missão de eliminar Teddy. E pra tornar a situação mais complicada ainda, chega no distrito com uma metralhadora giratória o psicopata doido de pedra Anthony Lamb (Toby Russ), atirando em quem vê pela frente para libertar (ou seria matar?) não se sabe quem. Essa é a espinha dorsal de “Fogo Cruzado”, produção original da Amazon Prime que acabou de entrar no catálogo do serviço de streaming. 

A ação se desenrola toda nessa pequena delegacia do interior onde ,exceto por Valerie, todos os policiais são tão atrapalhados que parecem saídos de uma série de comédia, o que dá um toque inusitado bem divertido ao longa. Apesar de novata na profissão, Valerie é a mais astuta e questionadora do departamento policial, e com toda sua paciência ela parte pra carceragem para interrogar os dois bandidos e descobrir o que de fato está se passando. Tudo pode acontecer, não se sabe quem é quem ou quem está falando a verdade: estamos diante de uma batalha entre foras-da-lei desclassificados, todos a serviço de gangues rivais onde a traição reina.  

Os personagens são carismáticos, desde os protagonistas aos coadjuvantes que passeiam por tipos dos mais diversos. A policial novata que é mais inteligente que toda a delegacia junta e se espelha nos ensinamentos do pai e do avô pra ter uma carreira retilínea, é a mocinha destemida e durona que nos apaixona; os dois vigaristas mais do que suspeitos porém convincentes quando se trata de defender seus objetivos nada honestos; o policial corrupto que vive numa suadeira que por si só já o denunciaria como traidor; o sargento bravo e apalermado que não consegue impor respeito; e por fim o psicopata insano que cantarola quando mata e irrita até a mais zen das criaturas, que você certamente vai querer trucidá-lo. 

O diretor Joe Carnahan consegue dar frescor a um thriller policial com uma cadência ótima e o alívio cômico dos policiais coadjuvantes e com as dúvidas sobre a real intenção de cada personagem. A trama vai engrenando em ritmo constante e a tensão e a adrenalina só aumentam, principalmente devido ao espaço restrito onde o conflito se desenvolve. O público fica atento e preso a todos os focos da trama, ansioso pra saber quem sai vencedor, pois ali todos são duros na queda e tem chance de êxito. O clímax é garantido por pequenas reviravoltas que seguem mesmo depois do desfecho na delegacia, mantendo o clima de busca pela justiça que norteia a fofa policial Valerie e a nós também. 


Vale Ver!



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