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'Um Broto Legal' é a história da precursora do Rock n' Roll no Brasil | 2022

NOTA 7.0 

Por Rogério Machado 

Muito antes do movimento conhecido como Jovem Guarda, que  nos apresentou nomes como Roberto Carlos, Erasmo Carlos , Wanderléia e tantos outros com um novo som trazido do Tio Sam chamado Rock n' Roll; lá pelos idos de 1956 surgia no interior de São Paulo o que viria a se tornar a coqueluche do momento, termo usado na época para definir uma febre, um assunto que dominava as rodas, as rádios, os programas de televisão. A cinebio sob a direção de Luiz Alberto Pereira ('As Doze Estrelas'), resgata a história de um dos ícones da música brasileira, que também foi responsável por uma mudança de comportamento à partir da música. 


A história acompanha a estrela do Rock Celly Campello (Marianna Alexandre), 
 que narra sua trajetória rumo ao sucesso transformando-se, ao lado do irmão, Tony Campello (Murilo Armacollo), num ícone cultural brasileiro, responsável por hits como Estúpido Cupido (uma versão da estourada 'Stupid Cupid', de Connie Francis) e Banho de Lua, canções que se tornaram verdadeiros hinos que embalaram o twist, que já era sensação nos Estados Unidos antes de aportar em terras brasileiras. A trama mostra o início de carreira na rádio Cacique em Taubaté e o amor pelo jovem Eduardo (Danilo Franccesco), até estourar como cantora em São Paulo. 

A direção de Pereira tem um Q de afetiva, já que quando criança acompanhou de perto todo frisson em torno de Celly pois ambos moravam na mesma cidade, além de sua irmã mais velha ser uma fã da cantora. Mas é claro que o impulso de levar essa história às telas nasceu da vontade de que todos conhecessem a importância de Celly para o movimento que trouxe a chamada 'música jovem' para o Brasil. 

O roteiro sob a alcunha do próprio Pereira e Dimas de Oliveira Jr, teve o auxílio luxuoso do próprio Tony Campello, que hoje está com 85 anos. Com tantos envolvimentos próximos é notado o carinho com que o projeto é conduzido, contudo é impossível não notar algumas limitações, desde a ambientação até algumas representações da época ou mesmo por algumas performances, principalmente em papéis de menor destaque. Talvez isso se deva ao baixo orçamento ou minúcias tratadas sem a devida diligência. 

Aparte todos os detalhes, digamos, manuseados com menor cuidado, estão os esforços em trazer essa história da nossa música ao grande público, além da opção por otimizar o tempo e apresentar momentos chave na carreira da cantora. Não há 'barrigas' ou ritmo arrastado - as sequências mais longas são aquelas onde a música é o ponto alto, a verdadeira cereja do bolo em um filme voltado para repercutir a influência  de uma mulher que revolucionou seu tempo através da identidade de sua arte. 

Destaco a entrega da ótima Marianna Alexandre, um talento ainda a ser descoberto, que encarnou com delicadeza nos gestos e doçura na voz uma das maiores estrelas que esse país já produziu. Uma voz que abriu caminho para tantas outras que vieram depois dela. 


Vale Ver!



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