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'Garota Inflamável': longa alemão explora a eterna discussão entre a liberdade e os padrões sociais I 2022

NOTA 6.0

Por Eduardo Machado @históriadecinema

Há mais de 40 anos, Milos Forman dirigia o clássico “Um Estranho no Ninho”, no qual Randall McMurphy, interpretado por Jack Nicholson, se faz de louco para fugir da prisão e abrigar-se em uma clínica psiquiátrica. Julie (Natalia Belitski), a protagonista de “Garota Inflamável”, assim como Randall, é uma mulher de espírito livre que também escolhe passar um tempo na clínica psiquiátrica, mas as semelhanças com o clássico vencedor de 5 Oscars não vão muito mais longe do que isso. 

O filme tem uma protagonista peculiar, Julie, uma moça de classe média, que perdeu os pais ainda jovem e que tem uma obsessão incendiária, destacada logo no início, quando percebemos que ela não tira as luvas amarelas das mãos. Nem mesmo para fazer sexo ela as tira. A ideia de ter um personagem diferente, que pudesse trazer à tona discussão sobre liberdade, loucura e padrões sociais é interessante, mas não tão bem executado pelo roteiro de Elisa Mishto, que também dirige o filme.

Isto porque é difícil estabelecer uma conexão do público com a protagonista, uma personagem tão excêntrica e inconsequente que não conseguimos nos enxergar nela. Nem a interpretação de Natalia Belitski colabora nesse sentido. Por outro lado, é possível e necessário elogiar Agnes (Luisa-Céline Gaffron), coprotagonista do filme. A enfermeira encarregada de supervisionar Julie é uma personagem cheia de camadas e vive um conflito interno por não conseguir estabelecer uma boa relação com a sua filha de 3 anos, sentindo-se, portanto, infeliz.

Neste cenário, por mais que seja diretamente afetada pela inconsequência de Julie, é nela que Agnes se inspira como o espírito livre que ela gostaria de ser. A dupla Julie e Agnes, entretanto, não exala o carisma e a química esperados, tirando o impacto de um filme cujo roteiro não consegue escapar da previsibilidade. 


Vale Ver Mas Nem Tanto!



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