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'Carter' une pandemia e conflito internacional em ação eletrizante I 2022

NOTA 6.0

Por Karina Massud @cinemassud 

Carter é um homem que acorda sem memórias num quarto de hotel cercado de um rio de sangue e de assassinos. Com um corte suturado na nuca e sem saber nem quem é, ele é guiado por uma voz implantada no seu ouvido. Ele parte numa missão para salvar Ha-na, uma garotinha que pode ser a chave pra cura do vírus DMZ, o causador de uma pandemia que transformou os humanos em  zumbis agressivos e que já dizimou milhões de pessoas.

O início da trama é bom - a premissa é inteligente e nos sentimos num filme do Tarantino, com orientais nus em uma sala de banho, torturando e matando uns aos outros com espadas, numa ótima sequência sanguinolenta. Mas logo depois a narrativa desemboca num filme de ação genérico, um “Velozes e Furiosos” sem pé nem cabeça com várias subtramas desconectadas e confusas.

O roteiro é raso e não explora nenhum dos vários temas abordados, o foco do filme muda a cada sequência: o conflito  Coréia do Sul x Coréia do Norte e a tão sonhada unificação, a  forma como eles apagaram e reinseriram a memória do protagonista, o cientista que achou a cura pro vírus, a vida passada de Carter e a sua perseguição pela CIA. Os absurdos são tantos que chegam a ser cômicos, tanto que a soma deles deveria vir com manual de instruções pro espectador não se perder.

Por outro lado, o que falta no enredo sobra na ação. Ela é num grau tão excessivo que chega a dar vertigem: perseguições incessantes, explosões, pancadarias, violência com facas, socos, tiros, bombas e pulos “à la Matrix” em meio às escapadas fantásticas de trens, carros, aviões e paraquedas. Não caro leitor, não estou exagerando, o filme é que extrapolou no dinamismo e nos falsos planos-sequência, nos enquadramentos de câmera enlouquecidos que parecem um jogo de vídeo game  e que tornam o longa um delírio mais cansativo do que carismático nas suas 2h14min de exibição.

O diretor coreano Jung Byung-gil tem um filme de sucesso até agora, “A Vilã” (2017), uma ação competente que conta a história de uma assassina impiedosa que aceita um trabalho pra se libertar da difícil profissão. No entanto em “Carter” Jung não foi igualmente bem sucedido, não  usou com competência o elenco muito menos os bons dublês, as cenas de lutas bem coreografadas ou os efeitos visuais; ele desperdiçou o orçamento da Netflix assim como foi feito em “Agente Oculto”, o longa mais recente do gênero.

Se pra você apenas ação insana basta como entretenimento, aventure-se em “Carter”, do contrário é melhor garantir a diversão clicando em outro filme do serviço de streaming.


Vale Ver Mas Nem Tanto! 



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