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Festival do Rio : ' Halloween Ends' | 2022

NOTA 5.0 

Por Rafa Ferraz @issonãoéumacrítica 

O retorno de grandes franquias Slasher está em alta. Muito disso se deve a Halloween, quando em 2018 um novo capítulo deu início aquela que seria a ‘trilogia definitiva’, descartando todas as sequências posteriores ao clássico de 78 e retomando a premissa original. O primeiro longa dessa nova versão, produzida pela BlumHouse e dirigido por David Gordon Green foi um verdadeiro sucesso, surpreendendo público e crítica em um cenário onde revisitar antigos sucessos quase sempre não terminava nada bem. Por outro lado, em 2021, 'Halloween Kills' fez a maioria dos fãs dar um passo atrás uma vez que a continuidade trouxe de volta conceitos mal sucedidos da franquia. Conceitos esses que em parte tornaram as sequências descartadas, um fracasso. Entretanto, a expectativa se manteve alta, afinal, 'Halloween Ends' traria uma conclusão necessária e, porque não dizer, merecida a um dos personagens mais icônicos do cinema de Horror.

Passados quatro anos após seu último encontro com Michael Myers, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) tenta reconstruir a vida ao lado da neta, Allyson (Andi Matichak), na agora pacata cidade de Haddonfield, que antes foi palco dos acontecimentos tenebrosos protagonizados pelo assassino mascarado, agora desaparecido. Porém, o mal vai ressurgir de onde menos se espera.

O filme se desenvolve em duas frentes: a herança do passado trágico na população de Haddonfield e a culpa coletiva que leva a construção de um novo mal, tornando esse um sentimento que se retroalimenta e está fadado a sempre se repetir. A intenção é boa, contudo nem a melhor das ideias sobrevivem a um roteiro vacilante. A maneira com que é conduzida a problemática é superficial, as ligações afetivas carecem de química e o desequilíbrio entre arcos resulta num protagonismo confuso, que afeta até mesmo Michael Myers, aqui um mero coadjuvante no próprio filme. Jamie Lee Curtis foi reduzida a figura da uma avó superprotetora, exceto no terceiro ato quando retoma a postura 'bad-ass' que sempre lhe foi característico.

Poucas semanas antes do lançamento, rumores sobre regravações recentes circularam na mídia, indicando possíveis impasses criativos na produção, principalmente envolvendo o final. Esse tipo de ação do estúdio quase sempre é um mau presságio, todavia seria injusto apontar isso como a razão de um desenvolvimento tão aquém do esperado. Talvez, a ambição em acrescentar ao mito uma filosofia seja parte do problema, ou a tentativa de subverter o mal, humanizando certos aspectos. Funciona em muitos trabalhos no gênero, já no Slasher é mais difícil de engolir. O resultado não chega a ser amargo, mas no fim fica o sabor agridoce de oportunidade desperdiçada.


Nem Vale Ver!



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