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Mostra SP : 'A Noiva' | 2022

NOTA 7.0

Por Eduardo Machado @históriadecinema

Aqui do Brasil, dos nossos confortáveis lares, é difícil se imaginar no contexto de uma guerra. Não estou dizendo do medo da violência urbana com a qual convivemos, mas da tensão de sua casa ser atacada por uma bomba a qualquer momento e, principalmente, da necessidade de famílias serem separadas e terem todos os seus direitos suprimidos. Quando temos algum contato com o tema, geralmente vemos pela ótica masculina do confronto, mas e as mulheres? Como ficam?

Neste contexto, “A Noiva”, filme dirigido pelo cineasta luso-brasileiro Sergio Trefaut, parte para a contar a história de mulheres que vivem, ainda hoje, em um ambiente de conflito. A protagonista, Barbara (Joana Bernardo), é uma jovem portuguesa que saiu de casa e se casou com um combatente do estado islâmico, que logo nos minutos  iniciais é executado no Iraque. Barbara, então, passa a viver em uma prisão, juntamente com outras mulheres, a cuidar de seus dois filhos, aguardando o próprio julgamento.

O passado de documentarista do diretor Sergio Trefaut concede um ar bastante realista ao filme, transmitindo ao espectador a eterna sensação de resignação com o que vivem. Barbara, por exemplo, nem sequer derrama uma lágrima quando seu marido é executado. Embora desolada, sua expressão facial dá a entender que ela compreende a situação.

Assim, o que vemos é um filme que finca os dois pés no chão para nos mostrar a realidade triste de quem vive em guerra. Daquelas que têm que viver por seus filhos, enquanto seus maridos renunciam à própria vida ou decidem tirar a vida alheia. Um filme que fala sobre permanecer e resistir, mesmo muitas vezes sem saber o porquê.


Vale Ver!



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