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“Luta pela Fé – A História do Padre Stu” traz Mark Wahlberg numa trajetória de redenção | 2022

NOTA 7.0

Por Karina Massud @cinemassud 

O ator e produtor Mark Wahlberg já havia declarado   em entrevistas que, há anos, tinha vontade de contar a história do Padre Stu, um homem que foi de baladeiro mulherengo a sacerdote resiliente. O longa “Luta pela Fé: A História do Padre Stu” conta, com algumas liberdades criativas, essa história incrível e inspiradora. A cinebiografia se concretizou e agora está no catálogo da HBO Max, surpreendendo aos que, como eu, não deram muita atenção ao lançamento.

Stuart Long é um lutador de boxe encrenqueiro, que mais perde do que ganha- ele não tem muito rumo na vida, ele só sabe que quer fazer sucesso. Quando sofre uma lesão que o impede de continuar lutando, resolve ser ator em Hollywood; chegando lá ele até consegue alguns pequenos trabalhos, mas percebe que não tem talento suficiente e que não é tão fácil entrar no mercado cinematográfico. Uma paixão por uma moça religiosa acaba por levá-lo a frequentar a igreja e ser batizado, justo ele que era ateu. 

Após um grave acidente onde sobrevive por um milagre, Stu se convence que Deus lhe deu uma outra chance. Ele tem um insight e enxerga com muita clareza sua verdadeira vocação: ser padre e ajudar as pessoas através do sacerdócio. Os obstáculos pelo caminho são muitos, assim como os questionamentos sobre o verdadeiro propósito da vida. Mas ele não titubeia ou sequer cogita desistir, pois a força da fé chegou feito um tsunami pra ele.

O filme, escrito e dirigido por Rosalind Ross, é um estudo de personagem excelente. Stu desde menino buscava os holofotes, ser alguém de destaque na vida, quando criança  queria ser igual Elvis Presley, cresceu e queria ser um lutador famoso, busca no qual falhou; aí veio o cinema e foi outro fiasco. Ele sempre foi um homem com alguns vícios e inconstâncias em tudo o que fazia, mas jamais um vilão por isso, ele é carismático e seu jeito desencanado cativa a todos.  Um homem mundano que através do sofrimento encontrou a paz interior e o sucesso como por milagre, e finalmente enxergou o seu importante papel na sociedade. 

As relações familiares de Stu nunca foram tão boas. Seu pai (Mel Gibson) é um homem rústico e durão que nunca o apoiou; com sua  mãe (Jacki Weaver) sua relação também era conturbada,  pois ela sempre pegou no seu pé, não sem razão, pra que ele arrumasse um emprego tradicional como ganha-pão. Ambos se transformam através da guinada do filho, canalizando todo o amor e solidariedade que nunca tiveram para um apoio incondicional tocante.

O roteiro tem muitas informações jogadas e desconexas. A trama não tem muita concisão, pois os acontecimentos são muitos em um pequeno espaço de tempo; as mudanças na trajetória do protagonista acontecem de forma abrupta e tem uma montagem frenética, quando poderiam ser mais espaçadas para que o espectador as absorvesse melhor. No entanto a emoção compensa essas falhas.

O espectador não mergulha nas tristezas da vida do Stu, pois ele mesmo enxerga suas tragédias pessoais com uma leveza impressionante e sempre como uma oportunidade para aprender e ser melhor. O carisma e toques de humor que o ator Mark Wahlberg coloca no personagem levantam o astral até nos piores momentos - o mesmo homem brincalhão e mundano está ali, mas transformado pelas limitações e pelo sofrimento. A história do padre emociona através da resignação com que ele aceita o seu destino, e a ligação ímpar e comovente que ele descobre com Deus.

Apesar do viés católico, “Luta pela Fé – A História o Padre Stu” é universal quanto à mensagem de devoção e do mistério da fé, que  provoca milagres em vidas que antes estavam perdidas.


Vale Ver!




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