Mal piscamos o olho e o fim do ano chegou. 2022 foi um ano onde tudo aconteceu, até a morte da Rainha Elizabeth II! Em meio a tantos acontecimentos históricos e com uma guerra no meio, também temos coisas boas pra contar. A primeira delas é que depois de dois anos de pandemia, estamos vivos pra contar história e a segunda é que esse ano foi o ano da volta das atividades culturais e com ela o Cinema e os Festivais. Cinema asiático, europeu, os famosos blockbusters e o nosso incomparável cinema nacional, que brilhou em 2022 com um título melhor que o outro. Tem tudo na nossa salada e ficamos felizes de compartilhar tudo que mais gostamos de ver esse ano.
É importante lembrar que nossos colaboradores dão preferência a filmes lançados no Brasil - no streaming ou nas telas do cinema - dentro do ano em que a lista vai ao ar. Ah! E caso você sinta falta de um ou outro título, fique a vontade para comentar e acrescentar aquele filme que mais te tocou esse ano. Nós também ficamos com a sensação de que muita coisa boa ficou de fora, portanto, ter esses acréscimos vindos do leitor é muito importante pra nós.
A ordem não importa, se estão na lista todos ostentam o mesmo grau de importância. Chega de assunto e vamos à lista!
1 - Argentina, 1985 | Santiago Mitre
Na trama acompanhamos os primeiros anos de redemocratização na Argentina quando o então presidente Raul Alfonsin sancionou o decreto 158, dando início ao julgamento dos militares por ações cometidas durante a ditadura. Julio César Strassera (Ricardo Darín) e Luis Moreno Ocampo (Peter Lanzani) atuam no caso e comandam uma equipe de jovens advogados que correm contra o tempo para reunir evidências que comprovem os crimes e seus culpados.
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2 - Marte Um | Gabriel Martins
Vencedor do Prêmio do Júri no recém-encerrado Festival de Gramado, o longa de Gabriel Martins (“No Coração do Mundo”) aborda o cotidiano dessa família, expondo como cada um convive com aquilo que almeja e, claro, com as eventuais rotas de colisão que se estabelecem em qualquer universo familiar. Deivinho é o caçula que quer ser astrofísico e participar em 2030 da primeira missão de colonização do planeta Marte, mas precisa lidar com a pressão exercida pelo pai Wellington (Carlos Francisco em comovente atuação), um porteiro de condomínio que deposita na possível carreira do filho como jogador de futebol as esperanças financeiras da família.
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3 - Elvis | Baz Luhrmann
O filme acompanha as décadas da vida do ídolo (vivido por Austin Butler), do início de carreira até sua ascensão à fama, pela ótica de Coronel Tom Parker (Tom Hanks), mostrando seu relacionamento com o cantor, um empresário altamente manipulador. A trama mergulha na dinâmica entre o cantor e seu agente por mais de 20 anos de parceria, usando o panorama americano em constante evolução e a perda da inocência de Elvis ao longo dos anos como artista. No meio de sua jornada e carreira, Elvis encontrará Priscilla Presley (Olivia DeJonge), fonte de sua inspiração e uma das pessoas mais importantes de sua vida, seu único amor e com quem teve uma filha, Lisa Marie Presley. (Leia mais...)
4 - O Perdão | Maryam Moqadam, Behtash Sanaeeha
Em tempos que a fragilidade de valor demonstra cada vez mais uma face irônica, poderia escrever linhas e mais linhas sobre o assunto, ponderando sobre uma história repleta de executores (e executados). Se para responder meu próprio questionamento (num exercício de autossabotagem), o relativismo, infelizmente, é ainda uma constante: “Todos são iguais, mas uns são mais iguais que os outros", diria George Orwell, e poderia ser aplicado perfeitamente aqui.
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5 - Pinóquio | Guillermo del Toro, Mark Gustafson
À primeira vista a premissa sugere muito mais semelhanças do que diferenças se comparado a versão Disney, mas não se enganem, segundo as próprias palavras do Del Toro, se trata de “um filme que as crianças podem ver, mas não foi feito para crianças”. O pano de fundo da Itália fascista talvez seja a mudança mais evidente. Ao deslocar seu contexto para aquele país, na época governado pela ditadura de Mussolini, o cineasta dialoga também com nossos tempos, uma vez que a cada dia o autoritarismo não só ganha corpo, mas voz e legitimidade. Todavia, o cineasta não deixa de fora seu habitual modo de subverter expectativas, e aqui, de maneira brilhante, o autor transforma o culto à obediência, em celebração a desobediência. Claro que tudo isso é construído e está contido em uma crítica feroz ao militarismo e a formação dessa mentalidade de culto à personalidade do “grande líder”, entretanto é notável como isso é feito através das sutilezas dos diálogos e de mensagens subliminares em cartazes.
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6 - The Batman | Matt Reeves
O 'Batman' de Matt Reeves é uma odisseia de aprendizado onde acompanhamos o protagonista em seu segundo ano de serviço comunitário, por assim dizer. A trama se desenvolve ao redor de uma semana em Gotham - período de tempo que é frisado através de um diário que Bruce escreve enquanto avalia seu próprio desempenho como combatente do crime. A Gotham de Reeves é um organismo vivo, um personagem vibrante do todo que o filme é. Gotham e Batman respondem às ações um do outro, e acabam se tornando uma coisa só quando a noite cai; tanto é que Reeves estabelece a reputação do Batman através do olhar dos criminosos da cidade, os ratos dos becos sujos como uma predisposição involucra à violência. Robert Pattinson encarna com excelência os dilemas e a determinação tanto de Bruce quanto de Batman, e se mostra o melhor performista para a dual persona que já se viu no cinema até o agora.
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7 - Drive My Car | Ryusuke Hamaguchi
Se hoje o cinema é mínimo, é porque no passado, não o foi. Se o Teatro Kabuki ganhava a audiência por escancarar suas expressões corporais no palco, como telas em branco que aceitavam estes caminhos, o cinema se acostumou com o contrário. Aprendeu a se conter.
Isso acontece em 'Drive My Car', baseado no conto homônimo do romancista Haruki Murakami. Yūsuke Kafuku é um dramaturgo conceituado que se acostumou a ensaiar as falas de suas peças de teatro dentro de seu carro. A repetição constante demonstra a busca pela perfeição ou talvez a coragem que o permitiria ser o protagonista de sua história algum dia. Quando viaja a Hiroshima para dirigir uma peça, logo recebe a demanda dos organizadores de que todos os contratados precisam, obrigatoriamente, aceitar um motorista concedido pela ‘casa’. Este é o momento que Kafuku perde as rédeas de sua própria vida, o controle que tinha nas mãos quando atrás do volante, agora se esvai entre os dedos, sob a tutela da jovem motorista encarregada de levá-lo pela cidade.
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8 - Carvão | Carolina Markowicz
Há uma duplo encarceramento presente nesta frase dita por Irene (Maeve Jinkings) que representa uma questão central na dinâmica proposta por “Carvão”, estreia de Carolina Markowicz na direção de longas-metragens: ao passo que os personagens fazem da propriedade que abriga uma casa e uma carvoaria um invólucro no qual quem está de fora pouco sabe, com práticas e segredos acumulados por gerações, o sufocamento de desejos reprimidos pelos indivíduos que ali vivem tornam seus corpos verdadeiras celas solitárias nas quais a manutenção das aparências vai se tornando insustentável.
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9 - Aftersun | Charlotte Wells
Em dado momento de “Aftersun”, vemos uma foto tirada com uma Polaroid formando lentamente, pixel por pixel, uma imagem. Nela, estão Calum e Sophie, pai e filha que estão de férias na Turquia. Ouvimos suas vozes no extracampo, mas a atenção do espectador é preservada naquela revelação instantânea que dura alguns bons segundos. E por falar em tempo, poucas vezes, uma aparentemente simples imagem condensou de forma tão perfeita toda a proposta de um filme. Pois é justamente sobre a tentativa de reconstrução de uma memória a partir do registro, uma investigação afetiva através do material sobre o que já não existe, que o belo longa de Charlotte Wells versará.
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10 - Apollo 10½ : Aventura na Era Espacial| Richard Linklater
Em ‘Apollo 10½’ é a vez de Richard Linklater seguir essa tendência, colocando em prática sua já conhecida e comprovada habilidade em rememorar o passado de forma inspiradora e poética, basta lembrarmos de “Boyhood”, projeto pessoal do diretor que ganhou notoriedade por ter levado 12 anos para ser concluído, uma das mais longas produções da história do cinema que, entre outros assuntos, trata da vida de um jovem desde seus 6 até os 18 anos de idade. É com essa bagagem que em seu novo projeto, um pedaço de sua própria história é compartilhada conosco, sem abrir mão do realismo e da fantasia que só os anos 60 é capaz nos proporcionar.
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11 - Top Gun : Maverick | Joseph Kosinski
Assim como o caso de 'Tron', o segundo 'Top Gun' lida com consequências e traumas causados pelo filme anterior em seus personagens centrais, colocando em questão o impacto humano em torno de eventos grandiosos; em 'Tron' uma fantasia digital e aqui um retrato do cotidiano de aviadores navais, ambos cobertos pelo almejar da inovação e do alcançar de feitos inéditos. 'Top Gun' estabelecia o espírito impetuoso de Maverick e o risco que suas insubordinações e ousadias representavam para toda a equipe, até que por fim sua astúcia se mostrou muito útil com o despontar de uma batalha real contra os temidos caças MIG-28. Ao final do filme, como todos sabemos, Maverick apresenta o interesse em treinar novos pilotos, e o segundo filme, que carrega seu nome como subtítulo, coloca o público novamente dentro da academia do programa Top Gun, mas dessa vez com uma missão determinada desde o início do filme. As conexões com o longa de 1986 são belíssimas, e os fãs do clássico ficarão animados com a influência que Goose ainda tem na vida de Maverick. Entre ressentimentos e consequências, os personagens de Cruise e Miles Teller crescem e ficam gigantes em tela, com uma conexão que se dá mais do que apenas em enfrentamentos e alfinetadas, mas em olhares e silêncios que gritam clamando por redenção e novas chances.
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12 - Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo | Daniel Kwan, Daniel Scheinert
O cinema como um lugar onde tudo é possível sem dúvida é uma das maiores maravilhas da sétima arte, dito isso, a dupla de cineastas Daniel Kwan e Daniel Scheinert mostraram sua vocação para o absurdo já na estreia em 2016 ao retratarem uma improvável amizade entre um potencial suicida e um cadáver na surreal comédia dramática 'Swiss Army Man'. Mais uma vez a frente na direção e de volta a insanidade que lhes é característica, ‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’ chega com uma incomum mistura de gêneros e uma abordagem que vai pegar muita gente de surpresa, seja para o bem ou para o mal. Nessa loucura que mais parece uma versão alternativa de ‘O Tigre e Dragão’ com toques de ‘Matrix’ e pitadas de ‘Dr. Estranho’, a criatividade dá o tom em um dos projetos mais audaciosos dos últimos anos.
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13 - A Mulher Rei | Gina Prince-Bythewood
A história acompanha a saga dessas lendárias Amazonas Agojie, uma unidade composta apenas por mulheres guerreiras que protegiam o reino africano de Daomé nos anos 1800, com habilidades e força diferentes de tudo já visto. Além dos treinamentos pesados, as mulheres mantinham uma espécie de pacto de não se envolver com homens, pois segundo elas o amor enfraquece. Inspirado em eventos reais, a narrativa foca na emocionante jornada épica da general Nanisca (a vencedora do Oscar Viola Davis) enquanto ela treina uma nova geração de recrutas e as prepara para a batalha contra um inimigo determinado a destruir o modo de vida daquela comunidade.
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14 - Licorice Pizza | Paul Thomas Anderson
Paul Thomas Anderson está entre o seleto grupo de realizadores que promovem verdadeiros ballets em cena. A conjugação do perfeito enquadramento, unindo trilha e fotografia indefectíveis e personagens magnéticos, desses que marcam a história do cinema, formam o quadripé de seus projetos, com selos autorais fortes e não raras vezes adorados por público e crítica. O super aguardado 'Licorice Pizza' tem todos os ingredientes já saboreados nessa vasta e feliz cinematografia com trabalhos como 'Boogie Nights' (1997), 'Magnólia' (1999) ou o mais recente 'Trama Fantasma' (2017), mas com acréscimos que só reforçam o poder sem limites que o cineasta tem de se reinventar.
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15 - Ennio, O Maestro | Giuseppe Tornatore
É curioso que 'Ennio: O Maestro' se inicie com a marcação rítmica de um metrônomo. É quase uma ironia, na verdade. O ouvimos enquanto são exibidas as logos das produtoras e distribuidoras do filme, e então, após um minuto em compasso, o metrônomo finalmente aparece, com seu pêndulo indo de um lado ao outro como se negasse sua própria limitação perante o nome que se sobrepõe a ele na tela, anunciando o título do documentário. Digo ironia porque este é um instrumento - ou uma ferramenta, melhor dizendo - para determinar o tempo de uma música; e a obra de Ennio Morricone, com suas mais de 400 partituras compostas para o cinema e uma centena de obras clássicas, não tem um tempo determinado - isto é, um prazo de validade. As composições de Ennio, ao contrário de tantos outros musicistas contemporâneos a ele, não é datada e nem tampouco condenada ao esquecimento. A discografia dele, no fim das contas, se confirma como superior e monumental, desprendendo-se de qualquer limitação que o tempo tente lhe impor. É como se o metrônomo já informasse ao público que o que veremos a seguir transcende a barreira das décadas e tende a se tornar tão relevante para o futuro quanto Chopin, Tchaikovsky e Bach são para o presente.
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Onde Assistir: Em Breve
16 - Era Uma Vez um Gênio | George Miller
‘Era uma vez um Gênio’ teve lançamento em Cannes 2022 e mesmo tendo sido exibido fora de competição, gerou grande repercussão com uma das sessões mais disputadas do festival. Não é para menos, afinal o retorno de George Miller já é uma atração, junte Tilda Swinton e Idris Elba e temos um evento à parte. O longa é baseado no conto da escritora A. S. Byatt e, assim como o material base, todo o argumento é sustentado em um único diálogo, todavia esse diálogo vem acompanhado de flashbacks dinâmicos e cheios de aventura, ação, cores e mistério, com isso afastando a monotonia e renovando nossa atenção a cada relato. Além do ótimo ritmo, o filme tem bom uso dos efeitos visuais e não se faz valer deles como mero artifício gráfico. Apesar de faltar polimento em algumas cenas, a artificialidade é adequada, uma vez que os retornos ao passado adotam um tom mágico, teatral, quase idílico. Já no presente os efeitos são pontuais e sem exageros.
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17 - Não! Não Olhe! | Jordan Peele
O cinema hollywoodiano tem apresentado cada vez mais consciência sobre seus absurdos. Filmes que denunciam abusos e condutas imorais tem ganhado espaço nos últimos anos e, mais uma vez, Hollywood usa a própria monstruosidade para fazer dinheiro. Em 'Não! Não Olhe!', do inventivo diretor Jordan Peele, não é diferente; aqui a ameaça alienígena é uma parábola inusitada para mostrar a ilusão de controle que se tem sobre os comportamentos de criaturas não-humanas, e levanta subtextos onde se considera o tratamento que a indústria desde cedo deu aos animais.
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18 - Os Banshees de Inisherin | Martin McDonagh
Todos os anos, no último trimestre, começa a janela de lançamentos mais comum para aqueles postulantes às grandes premiações. É evidente que há exceções, mas é o período de maior movimento nesse sentido pela proximidade das datas e a maior facilidade com que se articulam as campanhas. Nesse contexto, é frequente uma obra que, chegando sem muito aviso, geralmente de baixo orçamento, acaba se revelando a surpresa da temporada. Foi assim com os recentes ‘Meu Pai’, ‘Moonlight’ e ‘No Ritmo do Coração’, só para citar alguns exemplos. Embora ainda seja cedo afirmar, ‘Os Banshees de Inisherin’ é, sem dúvida, candidato a “vencedor silencioso” da noite. Escrito e dirigido por Martin McDonagh, mesmo diretor do incrível ‘Três Anúncios para um Crime’, o longa conta com atuações magistrais, uma fotografia das mais belas do ano, o roteiro já premiado em Veneza e uma premissa tão interessante quanto desafiadora.
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Onde Assistir: Nos cinemas em fevereiro de 2023
19 - A Pior Pessoa do Mundo | Joachim Trier
Candidato da Noruega ao Oscar 2022, 'The Worst Person in the World' (título internacional da produção) vem arrancando elogios nos festivais e premiações por onde passa, além de figurar entre os favoritos na categoria de filme internacional. Toda essa recepção não é exagero, uma vez que após os ótimos 'Oslo, August 31st' (2011), 'Louder Than Bombs' (2015) e 'Thelma' (2017), o diretor norueguês entrega aqui seu melhor trabalho. Dentre todas as qualidades dignas de menção, da trilha sonora à cinematografia, é notável a capacidade do realizador em nos apresentar camadas de alta complexidade com extrema simplicidade. As abordagens são banais e de fácil identificação, aliás, da ironia contida no título ao desenrolar da história é possível estabelecer conexão imediata, basta você ter amado alguém por mais de cinco minutos e vai parecer ter sido feito por encomenda, tornando essa uma obra tão pessoal quanto universal.
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20 - Arremessando Alto | Jeremiah Zagar
Dramas esportivos surgem aqui e ali recheados de algumas convenções do gênero, seja pelos discursos motivacionais, os treinamentos desgastantes em busca do sucesso e a sensação de que a vida é feita de últimas chances. Ou você arrisca em busca dos sonhos que tem, ou a realização se distancia. Não é para menos que 'Arremessando Alto' parte deste ponto e por isso acerta em cheio, como uma cesta de três pontos no apagar das luzes (para manter à analogia ao tema), carregado por mais um papel dramático de Adam Sandler.
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21 - Avatar: O Caminho da Água | James Cameron
O filme é um novo marco da história do cinema, e é muito fácil, contudo, falar da qualidade dos efeitos visuais e de como eles são inovadores em diversos aspectos. Em lugar disso, vou enfatizar a profundidade (com o perdão do trocadilho) das camadas do roteiro e da tecnologia 3D. Este é um filme de ação, aventura e amizade, mas é sobretudo um filme sobre família, com todas as suas qualidades e falhas. James Cameron estabelece, em cima do que criou no primeiro filme, um evento familiar que toca o íntimo de pais e filhos enquanto tentam se aceitar em suas imperfeições e "ver" um ao outro. A família dos Sully cresceu, e o amor entre eles também.
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22 - Um Herói | Asghar Farhadi
Dotados de uma noção de sacrifício, os heróis de hoje, que podem ser personagens fictícios como Peter Parker, ou até mesmo algum bombeiro que tenha trabalhado além do que o dever lhe cobra em tragédias como a de Petrópolis, são os mais perfeitos símbolos da doação. Portanto, seja pelo exemplo de coragem, força e astúcia quase divinas; seja pelo altruísmo e desprendimento em prol do bem comum, ambas proposições acabam conferindo um caráter pedagógico às suas aventuras. E o que Asghar Farhadi propõe com "Um Herói" - este artigo indefinido já é um forte indício - é usar a jornada de Rahim (Amir Jadidi) para oferecer ainda mais nuances ao confrontar este conceito, levando em conta sua "necessidade" para uma sociedade como a iraniana.
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23 - 13 Vidas : O Resgate | Ron Howard
'Treze Vidas: O Resgate' é um filme baseado na história dos 12 garotos tailandeses e seu treinador de futebol que acabaram presos numa caverna, inundada rapidamente devido as chuvas torrenciais do período das monções que se aproximavam da região. Este caso ganhou a mídia na época, mas confesso que pouco lembrava dos detalhes que não o desfecho positivo, embora o diretor Ron Howard tenha me feito questionar minhas lembranças turvas em dado momento.
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24 - O Milagre | Sebastián Lelio
Com uma história de mulheres corajosas, “O Milagre” inicia com o que parece ser um set de filmagens contemporâneo. À medida que a câmera se move, ela revela o cenário do filme: uma empobrecida área rural na Irlanda do século XIX. A história em si se passa em 1862, quando uma enfermeira inglesa, Lib Wright (Florence Pugh), chega a essa pequena comunidade para investigar uma estranha ocorrência em uma casa isolada. A filha mais nova da família, Anna (Kila Lord Cassidy), está jejuando há alguns meses, mas, estranhamente, parece não haver qualquer prejuízo à sua saúde. A missão de Lib é descobrir se Anna está recebendo comida às escondidas ou se, de fato, estava diante de um verdadeiro milagre cristão.
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25 - A Jaula | João Wainer
O roteiro não é originalmente brasileiro. Trata-se de uma adaptação do longa '4x4' (2019), escrito por Gastón Duprat e Mariano Cohn, dirigido por esse segundo, em co-produção de Argentina e Espanha. Duprat e Cohn, a título de referência, são os realizadores por trás de 'O Cidadão Ilustre', lançado no Brasil em 2017. Contudo, apesar do caráter de remake, o roteiro de 'A Jaula' é preciso em tornar brasileiro o posicionamento das peças e ditar o ritmo do jogo (com alfinetadas ao bolsonarismo), sem se comprometer a dar respostas e com tato para fazer as perguntas certas. A opinião, conforme o próprio filme brinca ao propor uma enquete, fica para o público. A premissa é simples: um ladrão invade um carro SUV blindado com os vidros de insulfilm fotocromático para afanar alguns de seus acessórios, mas se descobre trancado quando decide sair; o proprietário do veículo, um médico bem conceituado, decide vingar as quase trinta vezes que foi assaltado preparando uma armadilha, e o ladrão da vez sofrerá sua fúria acumulada enquanto um jogo de poder se desenrola entre duas camadas sociais distintas.
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Redação e Colaboração:
Karina Massud
Vinícius Martins
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Editor Chefe:
Rogério Machado
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