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'A Terra Negra dos Kawa': entre o real e o mitológico, longa amazonense confere protagonismo à terra indígena | 2023

NOTA 5.0 

Por Eduardo Machado @históriadecinema

O longa de ficção científica 'A Terra Negra dos Kawa', do diretor Sérgio Andrade, depois de participar de festivais, entre eles a Mostra de São Paulo e o Festival do Rio desde 2018, finalmente chega aos cinemas brasileiros neste 20 de abril de 2023. Um longa que, a despeito de incluir no elenco atores do calibre de Mariana Lima e Felipe Rocha, confere protagonismo mesmo à terra preta que dá nome ao filme. A terra preta, do filme e dos indígenas, tem poderes sensoriais e energéticos, sendo a razão de viver dos locais e vai atrair o interesse do homem branco.

O filme, portanto, tem uma ideia interessante de trazer um elemento, a terra, para ser protagonista do filme, em detrimento da narrativa especificamente de quaisquer personagens. Tudo é em torno da terra, de onde se tira do alimento à diversão. A terra eles comem, na terra eles deitam, a terra eles fumam, a terra eles abraçam.

Ocorre que, embora interessante, é fato também que o filme não tem muito mais a oferecer do que sua boa ideia inicial. Com poucos minutos de filme, percebemos aonde o filme quer chegar e, dali em diante, tudo fica repetitivo, na medida em que faltam elementos que sustentem a atenção do espectador por todo o tempo sem cansá-lo.

No mesmo passo, a ideia de não de se aprofundar na narrativa dos personagens, apesar de criativa, tem suas armadilhas, porque é necessário minimamente justificar a existência deles no filme, o que deixa de acontecer principalmente com os personagens brancos. A crítica ao fetiche deles com relação à terra fica em segundo plano e soa vazia, quando poderia ser brilhante.

Dialogando com o real e o fantástico, o diretor e roteirista Sergio Andrade promove um olhar interessante sobre a comunidade indígena, a valorização da natureza e coloca o cinema amazonense em evidência. Um filme em que sobram boas ideias, no qual o excesso de ambição deixou transparecer certa ausência de repertório.






 


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