'Mafia Mamma: De Repente Criminosa' : longa faz rir com a “Poderosa Chefona” de Toni Collette | 2023
NOTA 6.5
Por Karina Massud @cinemassud
Há dois tipos de filmes de máfia: aqueles que seguem os clássicos do gênero, com drama, sangue e família acima de tudo, como a trilogia “O Poderoso Chefão”, “Os Bons Companheiros”, O Irlandês”, “Era Uma Vez na América”; e aqueles que abraçam a paródia e brincam com os clichês desses filmes como “Máfia!”, “Máfia no Divã” e “De Caso com a Máfia”. “Mafia Mamma: De Repente Criminosa” (mais um desnecessário subtítulo nacional) traz uma paródia despretensiosa e divertida dos filmes de máfia com o brilho de nomes de peso.
Kristin é uma publicitária madura e independente cuja vida está desmoronando: o filho vai pra universidade e ela não sabe lidar com o ninho vazio; ela flagra o marido com outro na sua própria casa e, pra completar, no trabalho ela é menosprezada por superiores machistas e retrógrados. Mas, no auge da insegurança e antes que ela surte de vez uma surpresa acontece: seu avô italiano morre e ela tem que ir pra Itália assumir seus negócios, uma vinícola de fachada para um império mafioso que está no meio de uma guerra entre “famiglias”.
Como o mundo da máfia é predominantemente masculino, a galhofa começa pelo fato da chefona agora ser a Donna Balbano, auxiliada por uma “consigliere” também mulher, a Bianca. Os tiroteios, até no enterro do avô, as mansões luxuosamente decoradas, os mil guarda-costas, os cannoli e as muitas traições: tudo vira chacota nessa comédia que beira o pastelão.
O ótimo elenco salva a produção do desastre total; tanto a protagonista quanto os coadjuvantes têm magnetismo pra fazê-lo valer o ingresso e a pipoca. Toni Collette sempre brilhou em papéis densos (e é uma das grandes injustiçadas nas premiações), e aqui continua magnífica num papel escrachado que beira o exagero: Kristin é carente de afeto e vai pra Itália para viver um história como a de “Comer, Rezar, Amar”, chegando lá ela conquista até os mafiosos mais durões com sua ingenuidade e forma simples de ver a vida; e como a “madrinha” (que nunca assistiu “O Poderoso Chefão”, que audácia!) ela encontra uma valentia antes desconhecida que rende cenas hilárias. Mônica Bellucci é a conselheira Bianca, uma italiana linda, voluptuosa, de vestido de renda preta saído de uma propaganda da grife Dolce & Gabbana. A dupla de seguranças da Donna são apatetados e divertidos, assim como o chefe da família rival que tenta seduzir a inimiga.
A direção é da Catherine Hardwicke (que dirigiu o primeiro filme da saga “Crepúsculo”) que em meio a tanto besteirol mostra a importância da mulher se amar e ser autossuficiente, ser feliz sozinha para então compartilhar essa felicidade. Mulheres, aprendam!
O filme oscila bastante e tinha potencial para ser mais engraçado, pois sua premissa é boa. Confesso que, apesar de fraco, eu me diverti muito, pois tenho uma tendência a colecionar “guilty pleasures”.
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