Adsense Cabeçalho

'Frio nos Ossos': nova adição da HBO Max aposta no thriller de invasão domiciliar em trama cheia de reviravoltas | 2023

NOTA 7.0

Por Rafa Ferraz @issonãoéumacrítica 

Dirigido pelo alemão Matthias Hoene, “Frio nos Ossos” tem uma abordagem bastante comum, em especial para os mais familiarizados aos filmes de invasão domiciliar, subgênero que já rendeu excelentes produções de terror como “Violência Gratuita” (1997), “O Quarto do Pânico” (2002) “Os Estranhos” (2008) e mais recentemente, “O Homem nas Trevas” (2018).  Apesar dos eventos quase sempre acontecerem em residências mais afastadas do ambiente urbano, sem dúvida trata-se de um medo universal que comunica de forma direta com qualquer um de nós, seja morador da cidade ou do interior, afinal, diferente de fantasmas e demônios, estamos falando de um temor do qual não depende de crença ou conceito. Seja em maior ou em menor proporção, pode ocorrer em qualquer lugar e com qualquer família, incluindo a nossa. 

Uma mãe (Joely Richardson), o marido deficiente (Joely Richardson) e a filha adolescente (Sadie Soverall) têm o cotidiano perturbado quando dois criminosos em fuga tentam se refugiar. No entanto, mal sabem eles dos segredos sombrios que aquela casa esconde. 

Conforme já mencionado, nada foge muito do comum durante toda a rodagem, incluindo as reviravoltas, que são muitas para um filme de apenas 1h30 de duração. Contudo, mesmo o lugar comum tem seu valor, e “Frio nos Ossos” é eficiente justamente por não tentar “inventar a roda”, entregando o básico muito bem-feito.  A começar pela criação do mistério: nos primeiros minutos acompanhamos o dia a dia normal e aparentemente não há qualquer motivo para suspeita, porém, o perigo mora nos detalhes e é justamente assim que o diretor vai conduzir nosso olhar. Planos fechados nas trancas das portas, correntes, câmeras e outros objetos vão, aos poucos, moldando o suspense. São sequências breves, mas suficientes para plantar dúvidas e gerar a estranheza de que tudo não é exatamente como parece. Com o tempo, essas sutilezas se perdem um pouco e dão lugar a diálogos expositivos que pouco agregam já que repetem o que já vimos acontecer, subestimando a capacidade do público de assimilar a imagem ao contexto.  

No elenco estão presentes nomes que o grande público não conhece, com exceção de Sadie Soverall, veterana atriz britânica que assume o protagonismo e trafega de maneira primorosa entre a figura da mãe protetora e potencial ameaça. Por ser um suspense com elevado senso de urgência do começo ao fim, as atuações precisam de reações extremas e ações ainda mais fortes e isso, em geral, todos entregam.  

Com muitas surpresas no conteúdo e sem novidades na forma, “Frio nos Ossos” é eficaz no que se propõe, proporcionando tensão, nervosismo e até um susto ocasional. Não é memorável e provavelmente cairá no esquecimento em pouco tempo, mas como dizia Maximillian, personagem interpretado por Eddy Murphy no monologo do ótimo e subestimado ‘Um Vampiro no Brooklyn’ (1995): “Se todo dia é um dia ensolarado, o que é um dia ensolarado?”. Vá sem expectativas e desfrute sem moderação. 





Nenhum comentário