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'WHAM!' : documentário revive a trajetória meteórica da dupla do astro pop George Michael | 2023

NOTA 9.0 

Por Karina Massud @cinemassud

A década de 80 foi borbulhante em todas as vertentes da cultura pop: cinema, moda, artes plásticas e música foram berço de sucessos que duraram apenas uma temporada ou que perduram até hoje, só o tempo fez jus ao valor de cada um. Wham!  foi uma dupla britânica subestimada pela crítica na época, mas não pelo público, e que posteriormente teve seu valor reconhecido, principalmente depois do sucesso estrondoso de um de seus integrantes, George Michael. Essa história de estrelato é contada no documentário original da Netflix “WHAM!”.

Pela primeira vez a trajetória alegre e colorida da dupla pop é contada através de antigas narrações em off de George Michael e Andrew Ridgeley, imagens inéditas de arquivo, entrevistas raras e colagens do scrapbook da mãe de Andrew que dão um charme a mais no delicioso documentário. Nessa época mágica que foram os anos 80, eles lutaram pelo reconhecimento num mercado selvagem disputado palmo a palmo pelas centenas de bandas aspirantes à fama. 

Georgios Panayiotou (que depois adotou o nome artístico de George Michael) e Andrew Ridgeley se conheceram aos 12 anos numa escola ao norte de Londres. Andrew era um garoto extrovertido e brincalhão, George um patinho feio tímido, eles começaram uma amizade que saiu da sala de aula e foi parar nos palcos. No início eles amargaram fracasso atrás de fracasso, até “Careless Whisper”, um dos seus maiores hits, foi rejeitado. Pensaram em desistir, até que lançaram “Wham Rap!” e foram chamados pra substituir uma banda que faltou no programa líder de audiência, “Top of the Pops”; depois veio o estouro com “Wake me up Before You Go Go” e tudo deslanchou.

Dance, pop, new wave, hip hop, rap: suas canções misturavam gêneros variados com letras criativas sobre anseios juvenis, uma vida hedonista e também liberdade de expressão. Apesar de seguirem os clichês oitentistas, eles se destacaram com dancinhas, figurinos cafonas com shorts  curtos, blazers com ombreiras enormes, cabelos com mullets (aquele rabichinho mais comprido atrás) e músicas que colavam nos ouvidos e tiravam qualquer um do tédio. 

De 1982 a 1986 o Wham! conquistou o mundo e vendeu mais de 30 milhões de discos quando, de comum acordo e muito devido ao talento indiscutível de George (que era compositor, produtor e cantor), decidiram se separar sem arranhões na forte amizade e no companheirismo.  Em junho de 1986 a dupla fez seu último show no estádio de Wembley; George seguiu em carreira solo, virou um superastro e vendeu mais de 130 milhões de discos. 

A direção de Cris Smith (dos ótimos documentários “Fyre Festival”, “Tiger King” e “Jim e Andy”) e a edição de Gregor Lyon são muito competentes e demonstram um extenso trabalho de pesquisa e habilidade em condensar a rica carreira da dupla em 90 minutos dinâmicos e cativantes. O longa fascina, seja você fã do Wham! ou se os conheceu recentemente, afinal, qualidade é atemporal, e suas músicas são eternos hits das pistas de dança. Dance como se não houvesse amanhã.






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