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Dica Reserva Imovision - 'Mulheres Armadas, Homens na Lata' | 2019

Em Humor Negro francês, 
três mulheres se vingam do chefe e entram em jogo perigoso 

Por Rogério Machado 


Já dizia o ditado que vingança é um prato que se come frio. Bem, ditados não são infalíveis e em 'Mulheres Armadas, Homens na Lata', a motivação da vingança nasce através de ânimos que ebulem num piscar de olhos que trazem à tona consequências e mais consequências. O tema inclusive é recorrente no cinema e as comédias de situação abrigam histórias tão hilárias quanto inacreditáveis.


Na trama conheceremos Sandra (Cécile de France) , a ex-Miss Pas-de-Calais, que sem trabalho ou diploma, volta a morar com a mãe no sul da França, depois de 15 anos na Côte d’Azur. Contratada na fábrica de conservas local, ela rejeita constantemente o assédio sexual de seu chefe e acaba matando-o acidentalmente quando tenta se defender. A primeira reação de Sandra e suas amigas da empresa, Marilyn (Audrey Lamy) e Nadine (Yolande Moreau),  que presenciam o crime, é chamar socorro, mas quando elas descobrem uma mala cheia de dinheiro com o homem que Sandra acabou de matar, o jogo muda e elas decidem ficar com a fortuna a qualquer custo.

Ao ficar com o dinheiro elas entram na mira de traficantes perigosos e nesse ponto a trama assume a divertida característica 'gato e rato', que envolvem as mulheres entre si, - principalmente porque Sandra não é exatamente confiável - e os mal encarados que procuram o dinheiro perdido. Sandra vem de uma família disfuncional, com um pai mal caráter, e a sagacidade que carrega consigo a deixa em pé de igualdade com qualquer bandido que cruze seu caminho. Já as outras pontas desse triângulo, Marilyn e Nadine, passam por um processo de auto descoberta que acentuam ainda mais os traços de comédia de situação que a narrativa propõe. 

O longa, que se apropria de referências como as das tramas de Tarantino e seu cinema de violência explícita e da irreverência e natureza realista dos irmãos Dardenne, se divide entre o cômico, o bizarro e o colérico para narrar essa trajetória feminista e de mulheres se redescobrindo, que se vêm mergulhadas em um espiral de crimes e mentiras, num perfeito jogo de gato e rato que com toda certeza há de entreter. Contudo, há de se observar que essa pegada híbrida, que fica no limiar  do besteirol e do humor negro, tira o brilhantismo da história, que abre bem mas perde o ritmo na segunda metade. É bem verdade que temos três atrizes brilhantes em cena que se saem muito bem nesse equilibrar de pratos que a condução do cineasta Allan Mauduit propõe. 









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