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'Feriado Sangrento' : de volta às origens, Eli Roth serve um tradicional banquete regado a sangue e vísceras | 2023

NOTA 7.0 

Por Rafa Ferraz @issonãoéumacrítica 


No contexto do capitalismo, tudo é mercadoria e só o lucro é sagrado. Isso posto, os feriados representam grandes oportunidades para ações temáticas, tanto no âmbito comercial quanto artístico. Embora os filmes natalinos se destaquem como os mais populares, tornando-se quase uma tradição dada à abundância de lançamentos, há um feriado menos globalmente reconhecido que mobiliza intensamente as pessoas nos EUA: o Dia de Ação de Graças. Apesar de sua grande importância no país, o feriado não está isento de controvérsias, pois, enquanto para alguns representa um momento de confraternização, para outros, é uma lembrança amarga do genocídio de nativos americanos, uma narrativa que remonta ao século XVIII e persiste ao longo de gerações. “Feriado Sangrento” se aproveita de todos esses aspectos e nos oferece um verdadeiro banquete sanguinolento rico em vísceras e muito gore.

Em Plymouth, Massachusetts, berço do Dia de Ação de Graças, a tradição do feriado cede espaço para a frenética "Black Friday". Mesmo ocorrendo oficialmente na sexta-feira, um dia após o feriado, o consumismo desenfreado antecipou a tradição das compras, e consequentemente, o caos. Uma multidão tomada por um êxtase coletivo invade uma loja de departamento, resultando em tragédia com diversos mortos. Um ano depois, um misterioso mascarado, movido por vingança, emerge das sombras para perseguir aqueles que ele julga serem os responsáveis.

Eli Roth, renomado pelo impacto de seu primeiro filme, "O Albergue", que, ao lado de "Jogos Mortais", pavimentou o caminho para o cinema extremo em Hollywood, agora apresenta seu mais recente projeto e sem reinventar a roda nem subverter tendências, mergulha nas raízes do Slasher. O enredo introduz um mistério em torno da identidade do assassino, cujas vítimas são adolescentes com carisma equivalente ao de uma porta de geladeira. Sem rodeios, a perseguição deixa rastros e proporciona alguns sustos. As mortes, em sua maioria, são inventivas, variando entre sádicas e objetivas, com pouco espaço para coreografias, embora o exagero permeie todas as cenas. Os méritos de "Feriado Sangrento" são ampliados pelos efeitos práticos de qualidade e pela excelente caracterização do assassino. Infelizmente, essa lista não se estende ao elenco, em sua maioria composto por adultos disfarçados de adolescentes com performances que deixam a desejar ao ponto de nos fazer torcer pelo assassino.

Em 2007, o lançamento de "Planeta Terror" e "À Prova de Morte", de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, introduziu uma série de trailers falsos de outros diretores, incluindo "Feriado Sangrento". Dezesseis anos depois, a brincadeira se tornou realidade com Roth, amigo de longa data de Tarantino, à frente do projeto. “Feriado Sanguento” mesmo sem inovações, cativa e mantém a adrenalina pulsante, oferecendo uma experiência intensa de mistério e suspense enquanto explora os extremos do consumismo.





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