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'Minha Irmã e Eu' : nova comédia de Susana Garcia tem apelo feminista em núcleo familiar | 2023

NOTA 6.0

Por Rogério Machado

Susana Garcia é sem dúvidas uma das grandes realizadoras voltadas ao cinema de massa no Brasil. Em 2014 a cineasta nos trouxe o super sucesso 'Os  Homens São de Marte.. E É Pra Lá Que Eu Vou', estrelado por Paulo Gustavo e a irmã de Susana, Mônica Martelli. O projeto, que já vinha de um grande sucesso dos palcos, também teve grande êxito nas telonas e ganhou uma sequência três anos depois dando mais destaque a Paulo Gustavo (que no primeiro filme tinha só uma pequena participação) e novamente a bilheteria correspondeu às expectativas e confirmou Susana como uma cineasta que consegue se comunicar com grandes públicos. 


Em
'Minha Irmã e Eu' conheceremos Mirian (Ingrid Guimarães), a irmã mais velha de Mirelly (Tatá Werneck). As duas passaram a infância no interior do Goiás, onde nasceram, mas, depois de certa idade, os  caminhos delas se separaram por completo: Mirelly foi morar no Rio de Janeiro, onde trabalha em contato direto com artistas e celebridades, já Mirian ficou em Rio Verde, onde se casou cedo com Jayme (Márcio Vito), teve dois filhos – Jayme Júnior (Jaffar Bambirra) e Marcelly (Nina Baiocchi) – e até então toma conta da mãe, Dona Márcia (Arlete Salles), que foi morar com ela por um tempo e acabou ficando direto. Às vésperas da festa de aniversário de 75 anos da mãe, Mirian insiste para que a irmã Mirelly venha até sua cidade natal, pois tem a intensão de pedi-la que divida a responsabilidade de cuidar da mãe, alegando ser sua vez de receber a mãe em casa, no Rio de Janeiro. O que Mirian não sabe é que Mirelly vive de aparências e, por isso, não tem a intenção de aceitar a proposta da irmã. Durante a festa, Dona Márcia acaba ouvindo a discussão das duas e decide sumir do mapa. Agora as irmãs terão que deixar suas diferenças de lado e ir à procura da mãe. 

Dado o histórico das duas atrizes é claro que o humor é o foco durante a trajetória conturbada dessas duas irmãs, tão diferentes e iguais ao mesmo tempo. Uma, como tantas histórias de quem vive no interior, decidiu que queria mais do que ter uma família e filhos e partiu pra cidade grande. Já a mais velha optou por ter uma vida tranquila e se dedicar à família, assim como fez sua mãe. Essa comédia familiar de retorno às raízes tem a pegada das comédias de situação e a certo estágio também se transforma em um Road Movie, e são essas sequências as mais divertidas e que arrancam boas risadas. 

No entanto, quando a narrativa se apoia em seu tema central, que é a retomada da união das irmãs e  a dramatização dos momentos em família é quando a voltagem cômica diminui e inevitavelmente cria um contraste que acaba desequilibrando a boa cadência do filme. Sim, o objetivo aqui é a velha e boa mensagem de união da família e reconciliação, contudo esses momentos acabam não tendo o impacto e se tornando o que conhecemos como dramalhão.

Ainda assim, por se tratar de um projeto feito por mulheres em um universo dominado por homens e nos apresentar figuras femininas que não ficam à sombra desses mesmos homens, 'Minha Irmã e Eu' acaba por também deixar sua marca, dentro e fora das telas. É uma pena que o filme só pincele a temática feminista e deixe para reforçar a mensagem muito tardiamente, mas enquanto comédia, salvo pelas decaídas ressaltadas acima, o filme cumpre sua função de entreter.







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